Enquanto o Brasil busca a melhoria da qualidade da educação e a extinção do analfabetismo funcional os trabalhadores buscam valorização profissional, essa, a grande discussão que se estende por todo país é: onde começa de um e onde está do outro. E com as infinitas correntes de discussões de especialistas em educação pregando a educação em conjunto, para que educadores e governos unam objetivos em comum: deixar de fazer a educação possível para concretizar a educação que o país quer.
Considerando a educação de duas mãos, governo e trabalhadores e, se a qualidade está em discussão, qual vertente está em falta? A mão que segura caneta e atua em gabinete, ou mão que segura o giz e atua em sala de aula?
Propor a qualidade da educação é como se fosse algo diferente, se educação já é um direito, porque não ser de qualidade? Como se a educação por si não fosse de qualidade, ora, como se os atores envolvidos não se preocupassem com a platéia todos os dias dentro de sala de aula, a aprendizagem transforma o aluno, e a valorização quando acontece reforça o compromisso.
A Paralisação Nacional nos dias, 14, 15 E 16 de março, é uma busca por cumprimento de legislação já aprovada, o Piso Nacional. Enquanto categorias distintas de profissionais fazem movimentos por um piso nacional, educadores lutam pelo cumprimento de um Piso já aprovado dentro de seu próprio país.
É possível observar o interesse dos governantes que acionam a justiça para não cumprir a Lei do Piso, é possível entender as prerrogativas que se encontram na interpretação de dispositivos legais. Mas também é possível entender a necessidade de valorizar os educadores para que juntos, os dois lados, unam as metas, atinjam índices e acima de tudo o conhecimento dos alunos.
Voltemos ao paralelo sugerido no início do texto, se o governo prioriza o ato de aprender, deve estimular o ato de ensinar. Quando houver a conexão de interesses, poderemos enfim transformar a educação pública. Desde a construção de leis que definam exatamente a garantia de valorização, como o respeito de governantes em cumprir uma lei brasileira, como também é preciso investir 10% do PIB, para tornar possível a implementação do Piso e da Carreira, enfim um Plano Nacional de Educação.
A ousadia em propor uma paralisação nacional em três dias, é uma proposição para a sociedade refletir sobre os profissionais da educação, sobre o cumprimento de leis, de metas, de índices e acima de tudo fazer a educação pública acontecer, pois governantes vem e passam, alunos vem e passam, mas os educadores continuam e fazendo a educação que é possível, com as condições limitadas pelos governantes.
Profª Marlene Ribeiro é presidente do Conselho Municipal de Educação de Dourados, Membro da UNCME/MS, Secretária Jurídica do SIMTED/Dourados.
Está corretíssimo.Obrigada pela colaboração.
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